Encontro de artistas e públicos que vivem a nova cultura tecnológica de forma intensa.
Obras seleccionadas para Maker Art
- Analema Group
- Sandra Araújo
- Daniela Lucato
- André Sier
- Fabrizio de Potestad i Fornari
- Ken Rinaldo
- Sandra Araújo
- Timo Kahlen
- Ken Rinaldo
- Rodrigo Gomes
- Robert Jarvis
- Robert B. Lisek
- Amy Youngs, Iris Meier et al.
- Jonas Runa
Artistas
MAKER ART – PANDEMIA
167 candidaturas
50 artistas seleccionados
54 obras de arte em competição
Declaração do curador
The New Art Fest vai na sua quarta edição. Desta vez, e contra a psicose originada por um vírus, decidimos subir a parada: tudo online, e um ‘open call’ internacional em plena clausura mundial. Responderam 167 candidatos. Escolhemos 49.
Há artistas oriundos sobretudo da Europa, América e Ásia. Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Brasil são os países com presenças mais numerosas. Destaco ainda a participação chinesa nesta edição de Maker Art.
Pandemia foi o leitmotiv inevitável no momento em que foi decidido manter o projeto apesar da incerteza. A relação da arte com as catástrofes, ou com o isolamento, não é uma novidade. Mas o cruzamento destas duas realidades com o planeta dos vírus biológicos e digitais, sim, é uma experiência nova, marcante e duradoura.
Alguns artistas responderam diretamente ao desafio do leitmotiv (pandemia), outros preferiram uma resposta indireta, outros nem isso, propondo obras recentes mas anteriores à pandemia. O resultado é, por assim dizer, assimétrico. A súbita imersão nas redes digitais de milhares de milhões de pessoas, coisas e processos, não deixa de ser uma das mais fortes inspirações das respostas dadas à convocatória por nós lançada.
Cada vez mais artistas encontram na imersão tecnológica nos seus laptops e telemóveis uma via não apenas para a criação (o seu atelier virtual), mas também para a difusão e partilha do que fazem e criam. De alguma modo podemos dizer que o lugar da arte se está a mover rapidamente. É uma tectónica poderosa e complexa, socialmente ativa, global, a que as velhas estruturas verticais, burocráticas e especulativas da arte oficial a que chamam ‘contemporânea’ dificilmente resistirão.
António Cerveira Pinto
Enquadramento
Maker Art é um encontro de artistas e públicos, nomeadamente os que vivem a nova cultura tecnológica de forma intensa.
Maker Art nasce de uma convocatória aberta, materializa-se numa exposição de ‘new media art’ e transforma-se num laboratório e ponto de encontro entre criadores, educadores, instituições culturais e indústria.
A lógica experimental deste espaço decorre da natureza instável das aplicações digitais complexas, da sua rápida obsolescência e da geometria variável dos seus sistemas operativos, ajustáveis a um tipo de procura distinta da tradicional. A interatividade elevou a expectativa cognitiva e estética do público ‘new media’ para um patamar cultural que rompe de vez com a estética da receção passiva.
Maker Art tem uma missão: impulsionar a criação e a divulgação de projetos de arte de base tecnológica, da bioarte e da inteligência artificial a esses novos ecossistemas conhecidos como ‘redes sociais’. Para tal, assume-se como uma plataforma de encontro entre artistas, tecnólogos, cientistas, instituições e empresas, com vista ao estabelecimento de uma ecologia colaborativa global.
Esta edição de MAKER ART apresenta três novidades: a convocatória passa de nacional a internacional, tem um tema (Pandemia), e será exibida, em primeira mão, on-line.
Programação:
- Publicação do Regulamento do concurso: 22 Junho;
- Recepção das candidaturas de 22 junho a 6 de Julho;
- Selecção das obras a exibir, de 7 a 28 Julho;
- Exibição dos trabalhos online, de 29 Julho a 31 Jan;
- Atribuição do prémio Black Raven Award 2020 à obra melhor classificada pelo júri do festival, a 16 Setembro.
BLACK RAVEN AWARD
O Júri, composto por Boris Debackere, director do V2_ Lab for the Unstable Media, em Roterdão; Mónica Mendes, directora do Departamento de New Media Art, da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, FBAUL, e Régine Debatty, curadora e crítica de arte, fundadora do We-Make-Money-Not-Art, decidiu atribuir o Black Raven Award à obra Ariane, 2020, de Rodrigo Gomes, e uma Menção Honrosa a Sound of Isolation, 2020, de Kristina Petuknica.
O Black Raven Award 2020 é um prémio monetário no valor de 1000 euros, acompanhado do seu emblemático troféu, um corvo negro impresso com tecnologia 3D, alusivo à cidade de Lisboa.
A Menção Honrosa é uma distinção honorífica.
A convocatória aberta Maker Art Pandemia, correspondente à 4º edição do The New Art Fest, recebeu este ano 167 candidaturas de mais de 38 países, de entre as quais foram seleccionadas pela direção do Festival, António Cerveira Pinto e Luísa Moreira, 56 obras, objecto de avaliação pelo júri de premiação. Todas as 56 obras podem ser visitadas na exposição online Maker Art, no site do festival
Júri
Rodrigo Gomes encapsula dois fenómenos contemporâneos num vídeo astuto e ao mesmo tempo divertido. Inicialmente, ele traça a imagem de uma bela modelo que tomou sub-repticiamente conta da nossa paisagem visual. Em segundo lugar, o vídeo aborda uma das dimensões mais alarmantes da Inteligencia Artificial, e das máquinas que aprenfem: a falsificação profunda. A primeira é encantadora, a segunda é traiçoeira. Ambas agem como vírus que podem potencialmente moldar a nossa experiência política, as notícias, o entretenimento, a publicidade e talvez mesmo a nossa vida quotidiana.
O júri destacou a representação de uma pandemia que está a transformar o nosso espaço cultural, enquanto ainda fingimos que tudo está bem.
Produto puro do bloqueio COVID-19, este vídeo mostra como a vida em espaço apertado, rodeada por vizinhos barulhentos, e crescentes restrições de movimentos, pode tornar-se um catalisador da criatividade. Fazendo lembrar um período em que tudo parecia cair numa histeria abafada, Kristina Petuknica demonstra como uma experiência audiovisual eloquente pode ser orquestrada por uma artista, da sua vista de janela, com um telemóvel, um violino, ruído ambiente e um par de unidades electrónicas.