Art critic, Independent curator, Researcher
Continue readingAriane
Ariane é um vídeo deepfake da Ariwasabi, a modelo mais famosa e desconhecida mundialmente do site de banco de imagens Shutterstock. Biliões de pessoas cruzam-se com a sua cara no dia-a-dia e ninguém se apercebe da sua existência.
Uma imagem fantasma. Num mundo em que a difusão de imagens é regida pelo seu próprio consumo, a realidade revela-se esquizofrénica.
A aprendizagem automática da máquina está a conduzir-nos para um futuro onde novas palavras poderão ser colocadas em discursos, imagens de perfis de redes sociais e de celebridades são transformadas em atrizes porno e vídeos são modificados para introduzir pessoas em lugares que nunca estiveram. Levando-nos a acreditar de que determinado evento ocorreu para influenciar decisões e alimentar novos tipos violências invisíveis e desconhecidas.
Há que tomar um colírio para que as nossas pupilas passem a conhecer uma
realidade que através do mínimo erro revela-se pré-desenhada.
Rodrigo Gomes
Rodrigo Gomes, Faro, 1991. O seu trabalho centra-se na relação da escultura com a arquitetura, criando relações físicas e digitais através de conteúdos gerados por computador e sistemas de ‘machine learning’. Participou em exposições coletivas e individuais tais como, 19th Media Art Biennale WRO (Polónia, 2021), Alternative Film/Video Festival em Belgrado (Sérvia, 2020), Video Art Miden Festival (Grécia, 2020), Satellite Art Show NYC (EUA, 2019), 18th Media Art Biennale WRO em Wroclaw (Polónia, 2019), CosmiX III Incantation em Paris (França, 2019), “Depois do Estouro” Galeria Municipal do Porto (Portugal, 2019), “Aspekt! Aspekt!” no WRO Art Center (Polónia, 2019), “Entre as pedras há verde” Ocupart (PT, 2019), “Mamografias por Satélite” The Room (PT, 2019), “Como depositar imagens no banco” Appeton Box (PT, 2018), “The New Art Fest” na Sociedade Nacional de Belas Artes (PT, 2018) e Prémio Sonae Media Art no Museu Nacional de Art Contemporânea (PT, 2017). Em 2021 recebeu o prémio D-Normal V-Essay Floating Points Award (Hong Kong), em 2020 o Black Raven Award do The New Art Fest, em 2018 os Prémios Novos na categoria de Artes Visuais e em 2017 o prémio Sonae Media Art. Em 2019 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para produção internacional e recebeu o prémio de mérito – Jovem Revelação pelo Município de Silves.