Leonel Moura
“Bebot” é um conjunto de robôs construídos para a Expo Astana 2017. Foram construídos robustos e inteligentes, de forma a poderem funcionar durante 3 meses. Cada robô deteta a sua própria cor (azul, vermelho ou verde) e reage à mesma. Para iniciar o processo, os robôs podem desenhar também algumas linhas, caso não encontrem cor após um período de tempo. Quando a tela se inunda de cor, o comportamento dos robots passa a reger-se com base num sistema comportamental emergente e na estigmergia, onde pequenos grupos de 4 a 9 robôs criam pinturas únicas.

Pintura de Astana A0804
As pinturas Astana foram realizadas por um conjunto de robôs BeBot, durante a exposição “Artistas e Robôs” organizada pela Réunion des Musées Nationaux – Grand Palais.
As pinturas Astana demonstram que a criatividade, um mecanismo semelhante à inteligência, pode ser introduzido em máquinas.
A arte criada por máquinas não é uma ameaça à criatividade humana, mas sim um desafio e um estímulo para que os artistas humanos evoluam.
A Criatividade Artificial é o inevitável futuro da Arte, mas também a evolução da Inteligência Artificial.
BIO
Leonel Moura (Portugal) é um artista conceptual cujo trabalho evoluiu da fotografia para a Arte Robótica e para a Inteligência Artificial no final dos anos 90. Desde aí, produziu diversos robôs-pintores, bem como o Robotarium – um zoo para robôs. Em 2006, cria o RAP (Robotic Action Painter) – em exposição permanente no Museu Americano de História Natural de Nova Iorque – um robot que desenha com base na emergência e na estigmergia, decidindo quando a obra está acabada e assinando-a. Outros dos seus trabalhos incluem instalações interativas, swarm paintings, esculturas e até uma adaptação da peça R.U.R. (Rossum’s Universal Robots) de Karel Capek, onde três robots atuam lado-a-lado com três atores humanos. É ainda o autor de diversos livros dedicados às artes e ciências. Leonel Moura foi indicado para Embaixador Europeu da Criatividade e Inovação em 2009.
“A obra de Leonel Moura pode ser considerada dentro de uma linha de máquinas de desenho que inclui a Metamatics de Jean Tinguely da década de 1950, o programa de computador Aaron de Harold Cohen, iniciado em 1973 e Derivation of the Laws, de 1990, de Roman Verostko. O que a distingue é que consiste em robôs autónomos que coletivamente respondem uns aos outros e ao seu meio ambiente para gerar complexidade emergente, um princípio fundamental da pesquisa científica em vida artificial e biologia sintética.”
Edward A. Shanken in Flash Art, 316, Setembro/Outubro 2017